Feira Medieval de regresso
A emblemática Feira Medieval, a primeira da região, regressou a Belver com três dias de alegria e de folia.
No primeiro dia o deputado Eduardo Alves aceitou o convite para ser o alcaide do burgo, fazendo par com a presidente da Junta, Martina de Jesus, no seu papel de senhora da terra.
O porco assado, as tendas com o mel do Outeiro, provavelmente o melhor do mundo, e com outros produtos da terra, como os bolos, mas também as tascas a oferecerem o que de melhor a terra tem, atraíram mais uma vez as gentes do concelho e até da região para vivenciar três dias de que já havia saudades.
Os desfiles, as lutas, as bailias, mas também o banquete medieval de sábado no Miradouro do Outeirinho ou a comunitária sopa de peixe no domingo incrementaram a festa e construíram amizade.
Inicialmente a Feira Medieval não se realizaria este ano, conforme havia decidido a Câmara por precaução, mas a Junta de Freguesia fez finca-pé e o certamente realizou-se.
«Quando tive conhecimento através do presidente da Câmara que não iria haver Feira Medieval, fiquei extremamente aborrecida, não entendi e não aceitei, porque acho que ao fim de dois anos de espera desta Feira que é tão ansiada pelas pessoas não fazia sentido estarmos a adiar. Não havia motivo para adiar uma festa destas.
Foi-me explicado que os artistas queriam 50% e depois a Feira podia não se realizar por razões do Covid, mas o Covid também há na Feira de Gastronomia. O presidente justificou que essa representava todas as Freguesias, mas esta é carismática, é diferenciadora. E daqui da Freguesia, mas é para todo o Concelho, porque não mete só pessoas de Belver. Há muitas pessoas de Gavião e do concelho todo que ficaram extremamente contentes quando souberam que iria haver a Feira Medieval e que me mandaram mensagens».
Martina de Jesus explica ainda que a decisão «não foi bem aceite na Assembleia de Freguesia e houve uma tomada de posição que foi levada à Assembleia Municipal» e «a Assembleia de Freguesia mandatou o executivo para diligenciar o que fosse necessário para avançar com a Feira»
«Houve esta reação e depois uma segunda reunião em quem pedi o apoio normal».
Entretanto «um empresário (Francisco Dinis) aqui de Belver avançou uma quantia muito significativa, que foi dos maiores apoios que tivemos a nível financeiro e foi esse apoio que nos fez avançar». Depois no almoço do 1º de Maio o mesmo empresário assumiu que «vou ajudar e formou-se como que uma corrente solidária em que toda a comunidade se envolveu e em que houve o apoio de empresário, de vários privados e instituições. Houve aqui um trabalho muito comunitário, o que é muito bom».
Quem paga o certame «é a Junta com estes apoios», sendo que o custo é contido e fica em cerca de 20 mil euros, porque não há cavalos, não há assalto ao Castelo nem outras atracões.
A presidente da Junta enaltece o apoio da Câmara, que comparticipa com cinco mil euros e «todo o apoio logístico»», pois «sem isso era impossível a realização» do evento, sublinhando ainda a disponibilidade permanente do vice-presidente António Severino.
Martina de Jesus concluiu a declarar que «o Povo queria, a Junta de Freguesia assumiu o desafio, a Comissão Organizadora esteve sempre solidária, os apoios financeiros da CLEFTA e da Câmara Municipal Gavião também logístico, bem como de diversas empresas e particulares garantiram a Feira. Belver, o seu património, a sua História, a sua cultura mais uma vez contribuiu para a promoção turística do Município e para a dinamização da economia local.
A Almanach animou e renovou as vivências da Feira Medieval que é património imaterial da Vila Histórica de Belver.
Obrigado a todos os que contribuíram, mercadores, taberneiros, visitantes e foram tantos, não esquecendo a Comunicação Social.
Sinto-me realizada por ter correspondido às expectativas de tanta e tão boa Gente, com o meu modesto trabalho enquanto autarca de Freguesia» e que «os nossos festejos e folias se renovem para ao próximo ano».
Notícia do Jornal Alto Alentejo nº 777 de 29 junho 2022